domingo, 19 de agosto de 2012

TEXTOS PARA PROVAS


O BURRO E O CACHORRINHO Esopo

Num pequeno sítio viviam um burro e um cachorrinho. O dono dos animais era um velhinho muito bom.
O cachorro tinha uma vida boa. Era muito bem cuidado, brincava com o dono, entrava em casa, subia no sofá e dormia no colo dele.
O burro também era muito bem cuidado. Tinha um estábulo espaçoso e confortável, era alimentado com feno e aveia, só que tinha muito serviço a fazer. Trabalhava no moinho, moendo trigo, e carregava as cargas pesadas do campo até o paiol. Trabalhava de sol a sol e, quando parava para pensar na vida que levava o cachorro, brincando e dormindo o dia todo, ficava chateado com o tanto de serviço que sobrava para ele.
Um dia, resolveu tomar uma atitude e pensou: “ Será que, se eu me comportar como aquele cachorro, meu dono vai me tratar melhor? Será que terei os mesmos privilégios que ele tem? Vou tentar! Talvez ele goste de me ver assim...”
Por vários dias o burro observou os passos do cachorro e ensaiou o que deveria fazer. Já sabia de cor do que o dono mais gostava. Estava pronto.
Na manhã seguinte, ao invés de ir para o trabalho como de costume, o burro saiu do estábulo e entrou saltitante na casa do dono, como fazia o cachorro. Só que com todo aquele tamanho as conseqüências foram inevitáveis: mesa tombada, pratos e talheres no chão, a louça quebrada e o dono num canto da sala muito assustado.
Quando viu o dono foi ao seu encontro alegremente, tentando pular no seu colo. mas achando que o patrão corria perigo, pegaram o chicote e bateram  nele até que, muito sem graça, ele fugiu e doi direto para o estábulo.
E do seu canto, todo dolorido das chicotadas que levou, ele pensou: “ Bem feito para mim! Fui imitar aquele cachorro e me dei mal! Por que não fiquei contente com o que sou e com o que tenho? Eu bem que mereci! “

Moral: Humildade é aceitar  a si próprio e ao outro.

A GRALHA VAIDOSA Esopo

Certa vez a floresta estava em polvorosa. Um comunicado de Júpiter avisava aos pássaros que pretendia escolher um rei para eles, e  marcou uma festa com data e hora para que todos os interessados comparecessem diante do seu trono; o mais bonito seria declarado rei.
Com intenção de vencer o concurso, a passarada foi tomar banho, alisar suas penas às margens de um riacho.
A gralha também estava interessada, mas tinha claro que nunca seria escolhida, pois usas penas não tinham atrativos nenhum.
“ Terei de dar um jeito nisso!” , pensou ela. Quando olhou para o chão, depois que os pássaros foram se aprontar, viu muitas penas caídas e teve uma idéia.
- Se eu  recolher as mais bonitas e prender em meu corpo, serei a mais encantadora da festa e serei escolhida.
E o dia da festa chegou. Todos se reuniram em torno do deus Júpiter para a tão esperada escolha. Júpiter exa
pássaro que se apresentou. Todos lindos e maravilhosos, mas a gralha estava exuberante e ela foi a escolhida para ser rei.
O deus já ia ler a proclamação quando o pavão, recolhendo o azul de suas penas, avançou no futuro rei e arrancou-lhe as penas falsas. Na mesma hora todas as aves fizeram o mesmo. Arrancaram suas penas falsas, deixando-a s]como sempre foi.

Moral: Seja você mesmo! Não queira ser o que não é.


TAPEÇARIA DE ARACNE
Lenda grega

Conta a história que Palas, a deusa da sabedoria, ensinava toda a arte da tecelagem a uma moça muito teimosa chamada Aracne.
Aracne atraia a atenção de todos os seres dos bosques e dos rios que vinham de longe para vê-la e para apreciar a sua arte.  Ninfas e Selfos vinham ser seu trabalho, apaixonados por seus movimentos suaves e pela magnífica obra de suas mãos. Magníficos eram os desenhos que Aracne bordava e os panos que seu tear tecia...
Seus trabalhos eram divinos e todos aclamavam  Palas, razão desta tão invejada perfeição.
Porém, a jovem Aracne não se conformava com os elogios que a Palas eram dirigidos, pois, segundo ela, o mérito era todo seu e não da deusa.
- Ninguém é melhor tecelã que eu! Nem Palas, nem ninguém! Se ela aceitasse competir comigo, ficaria tudo muito claro e não haveria mais dúvidas. Se eu perdesse, poderia dar-me o fim que quisesse.
Palas, com toda sua paciência e sabedoria, antes de aceitar o desafio, assumiu a forma de uma velhinha e foi ao encontro de Aracne.
- Minha menina! Você ainda é muito nova e tem muito a prender da vida! Mas deve aprender desde já a respeitar os mais velhos er reconhecer o poder dos deuses. Arrependa-se e peça perdão! Palas não o negará a você! – tentou argumentar a velhinha.
- Sua velha louca! Pensa que sou uma de suas netas? Pois se enganou. Eu sei muito bem me defender. Palas sabe da minha força e tem medo de mim...
No mesmo instante a velha transformou-se na deusa.
- Aqui estou, sua tola!
Todos os presentes abriram espaço para as duas, que num canto e noutro do salão teciam.
Belíssimas tapeçarias foram surgindo a cada tear.
Palas fazia suas peças com bordados que mostravam o destino os mortais que ousaram enfrentar os deuses um dia.
Aracne, por sua vez, mostrava com perfeição todos os crimes cometidos pelos deuses.
As duas obras depois de prontas estavam impecáveis.
Palas até procurou, mas não encontrou um defeito sequer no trabalho de Aracne; irada, Palas bateu com seu bastão na testa da moça.
Aracne, num momento de dor e desespero, passou uma linha no pescoço e tentou se enforcar, mas com pena da moça, Palas segurou o fio pendente no ar e gaguejou:
- Você é uma excelente tecelã, devo respeitar sua arte. Porém, é de mau caráter e orgulhosa demais... não permitirei que morra, mas de hoje em diante você e todos de sua geração viverão dessa forma, durante todo o tempo pendentes no ar.  
Antes de ir embora, a deusa ainda fez caírem os seus cabelos, sua cabeça e corpo encolherem, os dedos crescerem, transformando-a em uma aranha, que estava condenada a fabricar fios com per
A RAPOSA E O GATO
Irmãos Grimm

    Numa tarde quente e de céu claro, os raios de sol transpassavam os galhos das árvores e iluminavam um caminho que levava a um riacho cristalino.
    Um gato que passava por aquele caminho encontrou a raposa e pensou:
    “ Como  a raposa é elegante, inteligente, mais esperta que todos os animais do bosque”. E resolveu saldá-la:
- Como vai dona raposa? Como anda levando a vida e vencendo as dificuldades?
Mas a raposa, orgulhosa e cheia de vaidade, depois de fitar o gato por algum tempo, respondeu:
- Você não se enxerga, seu pirralho? Quem você pensa que é? Como se atreve a indagar sobre os meus dias, minha vida? Que artes domina?
- A da fuga – respondeu o gato humildemente.
- Como assim?
- Sei fugir muito bem quando estou sendo perseguido. Subo rapidamente em uma árvore qualquer.
- Pois isso é muito pouco! – disse a raposa. – Você precisa ter mil truques e um baú de idéias... Sua fragilidade me comove. Vamos! Siga-me! Vou ensinar-lhe a arte de escapar dos cachorros.
Justo naquele momento, ouviram o barulho dos cachorros de um caçador.
No mesmo instante e num pulo só, o gato saltou e subiu na árvore mais próxima e lá ficou escondido.
- Abra seu baú de idéias, seus truques, dona raposa!  gritava o gato.
Mas todos as esforços foram em vão. A raposa já havia sido presa, dominada pelos cachorros.
O gato, matuto, então disse:
- Ora, ora, dona raposa! Nem mesmo seu baú de idéias a salvou desse infortúnio. Se, como eu, subisse em árvores, assegurava sua vida.

Moral: A arrogância pode tornar-se sua grande inimiga!

JUSTIÇA

Justiça é a virtude que consiste em estar de acordo com o que é direito, com o que é justo; é o reconhecimento do mérito, da qualidade de alguém  ou de algo, é o poder de fazer valer o direito de cada um.
Agir com justiça significa agir de acordo com o direito, garantindo que cada um tenha aquilo que é seu.
Existem formas terríveis de injustiça que estão presentes em todo o planeta. São aquelas que impedem a sobrevivência digna do ser humano, como a fome, a violência ou a miséria, e aquelas causadas pelo preconceito, como no caso da discriminação racial ou por crenças religiosas. Quando somos preconceituosos impedimos que o outro exerça seus direitos, pois retiramos dele o princípio fundamental da igualdade.
Podemos perceber então que a justiça garante também a nossa liberdade, porém uma liberdade que deve ter como limite o direito do outro. Com nossas ações devemos assegurar os direitos de todos.

O CACHORRO E OS BOIS
Esopo

Era uma vez dois bois muito mansos que trabalhavam de sol a sol numa chácara.
Logo de manhãzinha eles saíam para o trabalho e só voltavam à tarde, cansados e famintos. Mas, para a alegria dos dois, sempre encontravam a manjedoura cheia de feno e um estábulo confortável para uma noite de descanso.
Certo dia, um cachorro estava dormindo na manjedoura quando os dois bois chegaram do trabalho.
Com o barulho no estábulo o cachorro acordou. Muito folgado, o cachorro começou a latir, não permitindo que os bois chegassem até a manjedoura. E começou a rosnar, a morder, a avançar nos bois, como se estivesse defendendo uma manjedoura cheia de ossos e carne que fossem só dele.
Os bois se entreolharam sem entender o que estava acontecendo e ficaram muito aborrecidos.
- O que deu nele? Ele nem gosta de feno! – comentou um deles.
- Sei lá! Só sei que nós gostamos e ele não nos deixa nem chegar perto. Que egoísta! – respondeu o outro.
Ao ouvir os latidos enlouquecidos daquele cachorro, o fazendeiro pegou uma vara e marmelo e a varadas expulsou o cão maluco do estábulo.  

Moral: A sua liberdade termina quando começa a do outro.

O CÃO E SUA SOMBRA Esopo

Um dia um cachorro roubou um pedaço de carne e resolveu comê-lo sozinho em sua casa, que ficava do outro lado do rio.
Com o pedaço de carne na boca, estava atravessando o rio quando viu o reflexo de sua sombra refletida na água.
“Nossa! Que belo filé! E suculento, com certeza!” pensou o cão que, na mesma hora, abocanhou o reflexo, pensando ser um outro cão de verdade, e que pudesse roubar-lhe o filé.
Porém, ao morder o reflexo, deixou o seu pedaço de carne cair e a correnteza tratou de levá-lo.
O cachorro até procurou, mas não o encontrou.

Moral: Quanto mais se quer, menos se tem.

VÊNUS E A GATA
Esopo

Era uma vez uma linda gata de olhos azuis que queria muito ser uma mulher.
Inconformada com o que era, olhava-se no espelho e imaginava-se bem vestida, com sapatos elegantes e perfumada como as mulheres que sempre via.
Para sua alegria, a dona da casa onde ela morava resolveu dar uma festa e convidou a todos para um grande baile.
Durante a festa, apaixonou-se por um belo rapaz que era convidado de sua dona.
Então, em seu borralho, pediu à deusa Vênus que a ajudasse, que fizesse com que ela virasse uma mulher, pois assim poderia conquistar o jovem da festa.
Vênus, que conhecia os desejos da gata e sabendo da paixão que sentia, ficou com pena da gata e a transformou numa linda jovem.
No instante que a viu, o rapaz se apaixonou por ela e algum tempo depois já estavam casados e felizes.
Certa vez, Vênus resolveu pôr à prova a mudança que tinha acontecido com a gata. Queria ver se havia mudado por dentro como por fora e para isso mandou um ratinho passear no quarto do casal.
Quando a jovem avistou o rato, saiu imediatamente correndo atrás dele para tentar agarrá-lo. Esquecida de que não era mais uma gata, deixou seu companheiro assustado e inconformado, principalmente porque ela parecia querer devorar o pobre camundongo...
A deusa, decepcionada, vendo toda aquela cena, entendeu que a modificação não havia se dado por completo e na mesma hora transformou-a de novo numa gata.

Moral: Transformar a aparência é fácil; difícil é mudar por dentro.   
feição e beleza para sempre. 

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